Eu, ex-fanática pelo Natal, me confesso: sim, já achei piada aos corninhos de rena, aos famigerados pais natais pendurados em janelas, a carregar velhos, prendas e couves de um lado para o outro, toda a santa véspera de Natal.
Notem bem no entanto, o tempo verbal utilizado, pretérito perfeito do indicativo. Não acho mais. Atrevo-me até mesmo a dizer que de há dois anos para cá, se tornou numa época, difícil de suportar. Tivesse eu uma caçadeira e era ver pais natais a voarem de janelas, com uma bala metida no... barrete!
O Natal para mim é Família, é amor e ultimamente, saudade de uns Natais em tudo tão diferentes. Falta-lhe calor, faltam-lhe as velas pretas pintadas à mão por uma criança de 10 anos, falta-lhe teimosia, falta-lhe pais natais que descem de sótãos ou batem à porta de sextos andares ante a estupefacção de um bando de crianças e mais que nada falta-lhe aquela sensação de pertença. Faltas tu e a união que isso simbolizava e se sinto a tua falta todos os dias, este é o dia em que esta saudade se materializa e dá lugar a lugares vazios à mesa da Consoada.
Talvez um dia, volte esta sensação perdida, e sinta vontade de voltar a pôr os corninhos de rena, cantar canções de Natal todo o santo dia e esperar ansiosamente que saia o Pai Natal de um elevador no 11º andar. Até lá, resta-me comer o bacalhau e as couves (não antes sem as transportar com má cara), abrir uma série de pratos que pedi para o Natal e suspirar de alívio quando isto tudo passar.
Há uma coisa que se torna cada vez mais clara na minha mente e essa é que amigos, são a família que nós escolhemos, e a vocês, minha família, desejo-vos um Natal quente, um Natal com amor, um santo e Feliz Natal!