quarta-feira, fevereiro 24, 2010
terça-feira, fevereiro 16, 2010
Relationships
I'm going slightly mad
O Murphy nunca foi com a minha cara, é verdade.
Se calhar encontrei-o por aí num dia de copos e fiz-lhe alguma que não me lembro.
Mas a verdade, é que por pior que o tenha tratado, acho que já está na altura de arranjar alguém que não eu para exemplificar a sua lei. Para todos os que acham que estou a exagerar, eis um exemplo de um dia típico da implicação deste tipo comigo:
6h00 - "Ping, ping, ping" Será chuva? Será vento? - Não, era mesmo chuva a cair do tecto do quarto a uns meros 5 cm da minha cama e que já tinham feito uma piscina num modesto apartamento.
7h45 - Meio ensonada, com o belo despertar às 6h00 da matina, eis que me encontro ao volante de um Peugeot 206 emprestado pelo meu irmão (visto que o meu carro ia mudar o óleo e o filtro de óleo nesse dia) percorrendo a bela paisagem da A2, eis que nas portagens de Coina me deparo com uma luz amarela na Via Verde. Amarela?!? - Penso eu. Ainda agora mudei a pilha a esta porcaria!- Penso novamente. Olho à volta e identifico que estou num carro que não o meu e não aderente à Via Verde.
8h15 - A minha chefe informa-me que afinal, à tarde ( a minha tarde livre) , tinha de ir a uma formação.
10h30 - Telefonema da oficina: " Afinal o carro não precisa só de óleo e filtro de óleo. É extremamente necessário um filtro de ar, alinhar a direcção e dois pneus novos. O que significa que em vez de 63 euros, vai ter de pagar 400. Concorda?". Ah pois sim claro que concordo.
17h00 - Caminho para casa. A2 novamente. "Agora vou parar e tirar o bilhetinho na portagem". Muito bem. Note to self: Quando se tira o bilhetinho na portagem, deve-se parar na portagem para pagá-lo posteriormente, não passar a toda a velocidade, novamente na Via Verde, pela segunda vez nesse dia.
O resto do dia decorreu sem incidências, visto que o Murphy sai ás 17h00 do trabalho e, graças a isso, consegui fazer o jantar sem pegar fogo à casa e chegar a casa sem ver lá instalada a piscina municipal. Aguardo, no entanto, ansiosamente, as multas da Via Verde que hão de chegar para celebrar o meu aniversário, concerteza.
Se calhar encontrei-o por aí num dia de copos e fiz-lhe alguma que não me lembro.
Mas a verdade, é que por pior que o tenha tratado, acho que já está na altura de arranjar alguém que não eu para exemplificar a sua lei. Para todos os que acham que estou a exagerar, eis um exemplo de um dia típico da implicação deste tipo comigo:
6h00 - "Ping, ping, ping" Será chuva? Será vento? - Não, era mesmo chuva a cair do tecto do quarto a uns meros 5 cm da minha cama e que já tinham feito uma piscina num modesto apartamento.
7h45 - Meio ensonada, com o belo despertar às 6h00 da matina, eis que me encontro ao volante de um Peugeot 206 emprestado pelo meu irmão (visto que o meu carro ia mudar o óleo e o filtro de óleo nesse dia) percorrendo a bela paisagem da A2, eis que nas portagens de Coina me deparo com uma luz amarela na Via Verde. Amarela?!? - Penso eu. Ainda agora mudei a pilha a esta porcaria!- Penso novamente. Olho à volta e identifico que estou num carro que não o meu e não aderente à Via Verde.
8h15 - A minha chefe informa-me que afinal, à tarde ( a minha tarde livre) , tinha de ir a uma formação.
10h30 - Telefonema da oficina: " Afinal o carro não precisa só de óleo e filtro de óleo. É extremamente necessário um filtro de ar, alinhar a direcção e dois pneus novos. O que significa que em vez de 63 euros, vai ter de pagar 400. Concorda?". Ah pois sim claro que concordo.
17h00 - Caminho para casa. A2 novamente. "Agora vou parar e tirar o bilhetinho na portagem". Muito bem. Note to self: Quando se tira o bilhetinho na portagem, deve-se parar na portagem para pagá-lo posteriormente, não passar a toda a velocidade, novamente na Via Verde, pela segunda vez nesse dia.
O resto do dia decorreu sem incidências, visto que o Murphy sai ás 17h00 do trabalho e, graças a isso, consegui fazer o jantar sem pegar fogo à casa e chegar a casa sem ver lá instalada a piscina municipal. Aguardo, no entanto, ansiosamente, as multas da Via Verde que hão de chegar para celebrar o meu aniversário, concerteza.
Pronto. Já está despachadinho.
segunda-feira, fevereiro 08, 2010
Quando ela partir, já nada me prende a nada.
- "Sabe, nós só nos conhecemos há pouco tempo. 50 anos, nada mais..."
Diz ele enquanto sorve docemente mais uma colher de sopa dentro da boca dela.
- " Ai, sim?"
Digo eu.
- " Sim, estamos juntos há 50 anos e já há 4 que sou eu que trato dela. Ela é tudo o que tenho e a única razão que me prende a este país que detesto."
- "E o que foi que lhe aconteceu?"
- " Era um cascão na ponta da língua. O médico olhou para isso e disse que ela tinha de ir ao dentista. Acabou por ser um cancro, tirou a língua e ela nunca mais me falou. Mas sabe menina? Eu sei sempre o que ela quer, ontem por exemplo, ela tinha vontade de ler, hoje gosta muito da maçã triturada. São 50 anos, sabe? E ela é tudo o que tenho. Quando ela partir, já nada me prende a nada"
Diz ele enquanto sorve docemente mais uma colher de sopa dentro da boca dela.
- " Ai, sim?"
Digo eu.
- " Sim, estamos juntos há 50 anos e já há 4 que sou eu que trato dela. Ela é tudo o que tenho e a única razão que me prende a este país que detesto."
- "E o que foi que lhe aconteceu?"
- " Era um cascão na ponta da língua. O médico olhou para isso e disse que ela tinha de ir ao dentista. Acabou por ser um cancro, tirou a língua e ela nunca mais me falou. Mas sabe menina? Eu sei sempre o que ela quer, ontem por exemplo, ela tinha vontade de ler, hoje gosta muito da maçã triturada. São 50 anos, sabe? E ela é tudo o que tenho. Quando ela partir, já nada me prende a nada"
De vez em quando tenho uma visão diferente do hospital, a vida coloca-me inevitavelmente do outro lado da cortina. E a verdade é que por vezes, é tão mais gratificante do que o lado a que estou acostumada. Hoje foi um desses dias.
sábado, fevereiro 06, 2010
Ele há dias assim.
Ele há dias em que apesar do sol, do rio à nossa frente e do amor da nossa vida deitado ao nosso lado, tudo nos parece tão negro.
Ele há dias em que tomamos consciência que os ponteiros do relógio prosseguem segura e inevitavelmente o seu caminho, sem que essa seja a nossa vontade.
Ele há dias em que apesar do cansaço, não conseguimos dormir.
Ele há dias em que a doença de quem nos é querido nos consome e que todo o nosso conhecimento científico, só serve para nos angustiar ainda mais.
Ele há dias assim.
Eu sabia que eles existiam.
Eu sabia que eles iam chegar.
Eles chegaram e eu não estava preparada.
Ele há dias em que tomamos consciência que os ponteiros do relógio prosseguem segura e inevitavelmente o seu caminho, sem que essa seja a nossa vontade.
Ele há dias em que apesar do cansaço, não conseguimos dormir.
Ele há dias em que a doença de quem nos é querido nos consome e que todo o nosso conhecimento científico, só serve para nos angustiar ainda mais.
Ele há dias assim.
Eu sabia que eles existiam.
Eu sabia que eles iam chegar.
Eles chegaram e eu não estava preparada.
terça-feira, fevereiro 02, 2010
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